Tecnologia pioneira da UFSC figura em plataforma de boas práticas da ONU e Ministério do Meio Ambiente

23/04/2019 10:35

Sustentável, econômica, viável e socialmente comprometida. Essas características foram reconhecidas  pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) ao selecionarem, para compor o Banco de boas práticas da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), uma tecnologia pioneira no Brasil desenvolvida na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O sistema, implementado pelo Projeto Tecnologias Sociais de Gestão da Água (TSGA), coordenado pelo professor Paulo Belli Filho do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (ENS) da UFSC, é uma cisterna subterrânea que armazena a água da chuva, filtrando-a e evitando contaminação utilizando como materiais básicos areia e brita.

No total, a chamada pública “Boas práticas A3P” recebeu a inscrição de 297 iniciativas. Dessas, 125 foram escolhidas e distribuídas em temáticas relativas à sustentabilidade, sendo a cisterna selecionada para participar da categoria uso racional da água. “Para nós, figurar nessa plataforma de boas práticas é uma repercussão muito significativa, porque ela é como uma vitrine que expõe soluções boas e viáveis, mas que às vezes são pouco disseminadas”, explica Valéria Veras, engenheira sanitarista e ambiental e coordenadora do programa de comunicação do TSGA.

Construída em 2014, sob orientação do professor do ENS, Mauricio Luiz Sens, a cisterna foi implantada com o objetivo de ser uma unidade pedagógica em Tecnologia Social (TS) na Escola Rural Rio dos Anjos, em Araranguá, município da Região Sul de Santa Catarina. As tecnologias sociais possuem três características principais: precisam ser simples, de modo que a utilização seja acessível, viáveis, pela necessidade de estar de acordo com as realidades culturais, sociais, econômicas e ecológicas do local, e efetivas. Como a cisterna atua nesse sentido, Valéria conta que “toda a comunidade começa a vê-la como algo que trabalha a gestão da água de forma sustentável, e ocorre valorização desse recurso em diversos aspectos”.

A área de construção da cisterna foi aproveitada com a implantação de uma quadra de vôlei para usufruto da comunidade. Foto: Divulgação/TSGA/UFSC

Possuindo cerca de 65% de seu volume total preenchido por areia, a cisterna filtra a água da mesma maneira que um filtro comum de areia, eliminando a maioria dos micro organismos que possam estar presentes na água captada e que possuem capacidade de ocasionar doenças infecciosas. O sistema apresenta também outros diferenciais. Por ser subterrâneo, não sofre interferências climáticas e poupa espaço útil do terreno – na escola rural Rio dos Anjos, construiu-se uma quadra de vôlei de areia na superfície da cisterna, para usufruto da comunidade. Além disso, a tecnologia possui vida útil elevada, podendo chegar a 40 anos sem precisar de reforma.

Nesses 40 anos de vida útil, a equipe do projeto calcula que a cisterna pode gerar uma economia de cerca de R$ 71.040,00. O cálculo considera as taxas atuais do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Araranguá e a potencialidade de armazenamento da cisterna.  Pelo Decreto nº 6460/2014, o Samae estabelece para a categoria C de consumidor (Poder Público) o valor de R$ 7,40 por m³ se forem utilizados entre 10 a 20 m³ de água por mês, por outro lado, a cisterna é capaz de fornecer até 9.600 m³ em 40 anos de forma gratuita. Assim, o orçamento de R$ 11.687,00 de implantação do sistema é amortizado em aproximadamente 6 anos e meio.

Para a construção da cisterna, foram empregadas geomembranas, mantas de liga plástica, utilizadas como revestimento impermeabilizante que isola a água e evita a mistura de materiais, e mantas geotêxtil de proteção, que reforçam e protegem as geomembranas, e auxiliam na filtração e drenagem da água. Entre outros materiais, estão também calhas, tubos e conexões, bomba, peneira, brita e areia.
A cisterna funciona da seguinte maneira: a partir de calhas acopladas ao telhado da edificação, a água da chuva é coletada e passa, inicialmente, por um pré-filtro. Em seguida, é encaminhada via tubulação para a entrada da cisterna. No reservatório contendo areia, a água é filtrada e pode ser conduzida, com o auxílio de uma bomba, até o reservatório de consumo para ser distribuída.a Lei 13.501/2017, que inclui o incentivo e a promoção da captação, preservação e aproveitamento de águas das chuvas entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Inicialmente, a água captada pela cisterna está sendo utilizada para irrigação e limpeza, mas Valéria explica que um processo de desinfecção pode torná-la adequada para consumo humano. Entretanto, destaca que “o consumo humano é mínimo, já que a água usada para beber é muito pouca. Nas finalidades em que mais se consome, que denominamos de finalidades menos nobres, como limpeza, pode ser usada a água da chuva, por isso é tão importante a captação”.

A cisterna funciona também como uma unidade demonstrativa pedagógica e envolveu a comunidade em todas as etapas de implantação. Foto: Divulgação/TSGA/UFSC

Outro aspecto que a engenheira destaca é o envolvimento da comunidade tanto na implantação quanto na utilização da tecnologia. Além de reuniões em conjunto com a comunidade escolar e parceiros para o planejamento de ações necessárias para construção e implementação da cisterna, foram ofertados cursos gratuitos e presenciais de formação e de captação em diferentes regiões do estado que abordaram diversos temas, como saneamento rural e recuperação de mata ciliar. Dessa forma, Valéria enfatiza que o projeto incentiva a formação de multiplicadores de conhecimento sobre gestão eficiente e sustentável de recursos nas regiões em que foram implantadas unidades demonstrativas pedagógicas de tecnologias sociais.

O projeto TSGA também disponibiliza cursos online em sua página, com o objetivo de oferecer um estudo autônomo e gratuito a qualquer pessoa interessada nas temáticas agroecologia, tecnologias sociais e gestão social de bacias hidrográficas. Iniciado em 2007, o projeto TSGA encontra-se em sua terceira fase. Tendo como objetivos a disseminação e consolidação de tecnologias sociais para o uso eficiente da água e saneamento básico rural, a formação e capacitação para a gestão da água e a educação ambiental visando o fortalecimento da consciência ecológica, idealizou em sua primeira etapa a construção de uma estrutura física, o Núcleo TSGA.

Núcleo TSGA. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC

Na segunda etapa do projeto, o Núcleo TSGA foi inaugurado. O prédio, que conta com estruturas para aproveitamento de água da chuva, telhado verde, materiais de construção alternativos e arquitetura que dispensa climatização e iluminação artificial, recebeu do Inmetro e da Eletrobras a “Etiqueta de Eficiência Energética de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicos”, classificada no padrão A (nível máximo de eficiência). Atualmente está sendo viabilizada a ocupação do Centro TSGA. “Buscamos estruturar esse núcleo para fazer parcerias com entidades e instituições da sociedade civil, trabalhando a gestão da água nos níveis estratégico e político, agregando instituições para a elaboração de projetos que possam contribuir para a formulação de políticas públicas”, comenta Valéria.

É também por isso que Valéria destaca a importância da visibilidade que compor o quadro do Banco de Boas Práticas da A3P agrega. “Um dos objetivos do TSGA é a disseminação do conhecimento gerado pelo projeto, para nós, quanto mais visibilidade tivermos dessas práticas, mais pessoas serão beneficiadas”. O programa A3P, por ser um registro das melhores práticas na área de responsabilidade socioambiental, possibilita o conhecimento público de programas e projetos bem-sucedidos desenvolvidos pelo setor público dentro de diretrizes socioambientais. Dessa forma, relata Valéria, “o objetivo de multiplicar o conhecimento produzido pelo projeto vai sendo atingido, e o conhecimento, quando compartilhado, só aumenta.”

Mais informação sobre o projeto no site.

Maria Clara Flores/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC

Nota de pesar

17/04/2019 13:01

 

Comunicamos o falecimento do pai do Professor William Gerson Matias, que ocorreu em Marilia-SP.

Que Deus abençoe a sua família e dê forças neste momento de tristeza.

Nossos sinceros sentimentos.

Oportunidade de Intercâmbio “Escala Estudiantes de Grado”

29/03/2019 11:41

O programa de intercâmbio (Escala Estudiantes de Grado) oferece vagas para instituições na Argentina, Chile e Uruguai em todas as áreas de conhecimento para o segundo semestre do ano letivo de 2019.

Abaixo segue cronograma com datas relativas aos procedimentos para candidatura à mobilidade:

Divulgação do Edital 27 de março de 2019
Inscrição dos candidatos De 27 de março a 29 de abril de 2019
Divulgação do resultado da primeira fase 30 de abril de 2019
Recurso ao resultado da primeira fase 02 de maio de 2019
Entrevista com os candidatos classificados na primeira fase Entre 06 e 10 de maio de 2019
Divulgação do resultado preliminar Até dia 13 de maio de 2019
Recurso ao resultado preliminar Até dia 14 de maio de 2019
Divulgação do resultado final Até dia 16 de maio de 2019

Maiores esclarecimentos podem ser obtidos pelo seguinte link: http://sinter.ufsc.br/2019/03/27/programa-de-bolsas-augm-escala-estudiantes-de-grado-2019-2-inscricoes-abertas/.

 

22/03/2019 09:56

VAGA DE ESTÁGIO

(INFORMÁTICA)

Local: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (NOVA SALA INTEGRADORA)

Função: Auxiliar na Sala Integradora (computadores) e outros serviços que vierem a ser solicitados pelo Departamento.

Valor da bolsa: R$ 364,00 + R$ 132,00 de auxílio-transporte

Interessados favor encaminhar e-mail para: ens@contato.ufsc.br

Os estudantes devem estar matriculados e frequentando curso de graduação, ter Índice de Aproveitamento Acumulado (IAA) igual ou superior a 6,0 (seis) e não possuir reprovação por Frequência Insuficiente (FI) no semestre anterior.

Ex-aluna do ENS assume Diretoria da Casan

25/02/2019 14:08

No dia  25 de fevereiro o prof.º Paulo Belli Filho, chefe do Departamento, esteve no evento de posse da nova diretoria da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Quem assume a direção é a ex-aluna do ENS, Roberta Maas do Anjos, primeira mulher a presidir a companhia em 47 anos de história. O Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC parabeniza a nova diretora e se dispõe a colaborar no decorrer de sua gestão.

RESULTADO DO CONCURSO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO

15/02/2019 08:28

RESULTADO DO CONCURSO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO

Edital 04/2019/DDP – Processo 23080.082770/2018-52

Área: Engenharia Sanitária

Áreas Afins: Engenharia Sanitária /Saneamento Ambiental; Engenharia de Produção / Gerência de Produção; Engenharia Civil.

RESULTADO POR ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO

CANDIDATO/NOME

MÉDIA FINAL

01 Marcelo Seleme Matias

8,99

13 Carla Tognato de Oliveira

8,64

07 Arthur de Oliveira Hernandez

8,60

08 Leonardo Dalri Cecato

8,47

12 João Henrique Macedo Sá

8,13

14 Victor Eduardo Cury Silva

8,13

06 Andy Blanco Rodriguez

8,12

 

Florianópolis 15 de fevereiro de 2019
Comissão Examinadora designada pela Portaria 02/ENS/2019

Nota de Pesar: Falece professor aposentado Afonso Veiga Filho

11/02/2019 12:10

O Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental comunica com pesar o falecimento do Engenheiro e Professor, Afonso Veiga Filho.

O Prof. Afonso foi muito importante para a criação do curso de Engenharia Sanitária, atuando fortemente na nossa área. Fica aqui o nosso respeito e carinho por ele.

 

Professor Afonso discursa durante evento comemorativo dos 40 anos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, em junho de 2018. (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC)

Biografia

Nascido em 13 de fevereiro de 1939, o Afonsinho, como era conhecido, chegou quando a família morava na Rua Esteves Jr., em frente ao antigo portão do Colégio Catarinense. Filho mais novo de América e Affonso Maria Cardoso da Veiga, morou depois em endereços sempre na mesma região da cidade, como Largo São Sebastião e Av. Rio Branco.

Fez o antigo Curso Primário no Grupo Lauro Müller e o Ginasial no Colégio Catarinense, indo cursar Engenharia Civil em Curitiba no final dos anos 50, só voltando a morar em Florianópolis em 1968. Quando voltou, estava formado engenheiro e casado com Cleide Maria, sua esposa e companheira, com quem teve quatro filhos: Stella Maris, Ana Lúcia, Rodrigo Afonso e César Augusto.

Em suas múltiplas atividades ao longo dos anos, fez do Saneamento Básico seu principal campo de atuação profissional. Além de professor e um dos criadores  do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, lecionou Engenharia Civil desde 1972 até a aposentadoria.

Teve, também, atuação politica, militando no MDB durante o período do regime militar. Afonso escreveu, em sua autobiografia em uma rede social, que sua atuação política foi fazendo “a opção de opositor quando a grande maioria omitia um posicionamento politico contrário aos militares”. Atitude que, segundo ele próprio, resultou em demissão da empresa estatal onde trabalhava e da qual tinha sido incorporador e um dos seus fundadores.

Foi eleito vereador em 1976 para mandato até 1983, com maior atuação na área técnica e no planejamento e formulação de planos de governo. Encerrado o período militar, Afonso decidiu voltar seu foco para a atividade profissional, por se dizer “decepcionado com a classe politica e com um eleitorado despolitizado”.

Algumas de suas histórias estão contadas em um blog que criou em 2013. Em 2008, foi homenageado com a Medalha João David Ferreira Lima, honraria concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis aos que prestam relevantes serviços ao ensino superior no município. O professor Afonso também era sogro do professor Elson Manoel Pereira, que leciona Planejamento Urbano no curso de graduação em Geografia, além de atuar no programa de Pós-Graduação em Geografia na UFSC.

Fonte: https://noticias.ufsc.br/2019/02/nota-de-pesar-falece-professor-aposentado-afonso-veiga-filho/